O sítio de Conimbriga, que teria sido habitado desde o Neolítico, tem presença humana segura no Calcolítico e na Idade do Bronze, épocas originárias dos testemunhos mais antigos que até nós chegaram. É certo que os Celtas aqui estiveram: os topónimos terminados em “briga” são testemunho claro dessa presença. Conimbriga era portanto um castro quando os Romanos em 138 a.C. aqui chegaram e se apoderaram do oppidum (1).
O conjunto das Ruínas de Conimbriga, do Museu Monográfico – construído na sua imediata proximidade – e do castellum de Alcabideque consubstancia um complexo arqueológico de peso, que permite reconstituir uma célula importante do grandioso Império Romano. Juntamente com Mirobriga (Santiago do Cacém) e Tongobriga (Freixo, Marco de Canaveses), forma o grande triângulo da memória romana em Portugal.
A imponência e pragmatismo da arquitetura romana estão bem representados em Conimbriga, assim como a superioridade da sua ação civilizadora, que sobreleva dos mais diversos pormenores do quotidiano. Porquanto, conforme elucida o texto em epígrafe, tivesse sido habitada desde tempos muito recuados, a fundação de Conimbriga e da maioria das construções nela erigidas remonta ao tempo do Imperador Augusto (sécs. I a.C. - I d.C.).
Iniciadas em 1928, as escavações arqueológicas foram pondo a descoberto uma parte muito significativa do traçado desta cidade possibilitando, ao visitante das Ruínas, a comprovação de uma planificação urbanística laboriosa e atenta a todas as necessidades: o fórum, o aqueduto, os bairros de comércio, indústria e habitação, uma estalagem, várias termas, o anfiteatro, as muralhas para circunscrição e defesa da cidade. Deste conjunto, sobressai um bairro de ricas casas senhoriais – que se opõe diametralmente às insulae da plebe, pela complexidade da sua construção e requinte decorativo – donde se destaca “A Casa dos Repuxos”, de grande peristilo ajardinado e pavimentada com mosaicos policromos, preservados in situ, exibindo motivos mitológicos, geométricos, ou representando, muito simplesmente, o real quotidiano.
Visitar website: http://www.conimbriga.pt
(1) Folheto informativo das Ruínas de Conimbriga
O Museu Nacional de Conímbriga (fundado em 1962) exibe uma coleção permanente que materializa a evolução histórica do lugar, entre finais do segundo milénio antes de Cristo e o século VI da era cristã.
A primeira sala é dedicada aos variados aspetos da vida quotidiana (vidro, olaria, cantaria, fiação, escrita, jogos e passatempos, pesos e medidas) enquanto a segunda evoca o fórum, através de uma maqueta do que foi o santuário do culto imperial. A terceira sala pretende demonstrar, por meio de algumas esculturas, mosaicos e fragmentos de estuques e frescos, o ambiente requintado em que viviam as famílias mais ricas. Por fim, na quarta sala poderá encontrar objetos ligados à religião (pagã e cristã), às superstições e ao culto dos mortos praticados pelos habitantes de Conimbriga.
O PO.RO.S, Museu Portugal Romano em Sicó, é o mais recente equipamento museológico de Condeixa. Trata-se de um projeto cultural que faz parte da rota da romanização composta pelos concelhos de Condeixa, Penela, Ansião, Alvaiázere e Tomar. Enquanto espaço multimédia e virtual, funciona em articulação com Conimbriga.
O PO.RO.S, Museu Portugal Romano em Sicó, ocupa a antiga casa solarenga da Quinta de São Tomé, classificada como Valor Concelhio. Aqui o visitante tem a oportunidade de conhecer e experienciar, tridimensionalmente, uma grande aventura: a epopeia da romanização da Lusitânia, em geral, e do território de Sicó, em particular.
Uma dúzia de salas compõe este museu interativo que interpela o visitante, deixando-o com os sentidos alerta. Ao entrar na sala Tempus Fugit dá-se início ao regresso ao passado, com a revisão de acontecimentos que alteraram o curso da História, dos mais recentes aos mais longínquos, como o 11 de setembro, a II Guerra Mundial e os Descobrimentos. É na sequência destes episódios que recuamos até aos tempos da fundação de Roma e à chegada dos Romanos à Península Ibérica.
A viagem continua pela sala Roma, Engenho e Glória onde ficamos a conhecer as origens do Império Romano, a sua formação e história, e onde não faltam também as lendas deste povo.
Através da sala Legiões, Conquista e Poder é possível demonstrar, de forma bastante lúdica, a importância do exército para a expansão de Roma e para a constituição do Império.
De sala em sala chega-se aos Confins do Império – As Terras de Sicó, onde um filme com reconstituição 3D de Conimbriga ajuda a conhecer o quotidiano de quem aqui vivia.
Mostrar como a tecnologia romana revolucionou a construção das novas cidades é o objetivo da sala Construtores de Cidades, a Urbe. Já o espaço Civitas, o Governo da Cidade é dedicado à organização política, judicial e administrativa do Império. Aqui fica também a perceber de que forma o latim se tornou a língua materna de uma série de idiomas. Através da sala Agris Economia e Território, torna-se clara a importância do comércio no mundo romano e da rede viária na aproximação de um império tão vasto.
A família era o núcleo da vida privada dos Romanos. Conheça o lugar do escravo, o papel da mulher e a importância do casamento e da sexualidade, através da sala Intimidade e Vida Privada. Na sala Deuses e Religião, testemunha-se uma grande transformação: a mudança do politeísmo para o monoteísmo cristão. Em revista está a forma como os Romanos souberam adaptar as divindades locais aos seus cultos. O objetivo é claro: mostrar como Roma contribuiu para a expansão do cristianismo no mundo.
O lado mais hedonista da vida deste povo surge na sala Carpe Diem, sob uma perspetiva cultural, artística e até social, onde não faltam as preocupações quotidianas com o vestuário e a higiene, os costumes e tradições. Um espelho interativo permite ao visitante vestir virtualmente uma personagem de Roma.
A saúde através da água é uma máxima que os Romanos levavam à letra. Na Sala Os Banhos, as termas são perspetivadas como o motor da vida social e cultural romana. É recriado o ambiente da linha de água preexistente na Quinta de S. Tomé, através de jogos de luz que dão a sensação da água e do vapor.
O legado de Roma, o modo como sobreviveu e se encontra bem presente, em diferentes campos, na sociedade contemporânea é o tema central da sala Nós, os Romanos. É ainda aqui que fica a conhecer a história das escavações e da arqueologia em Conimbriga.
Por fim, os visitantes são convidados a “Mostrar o romano que há em si” deixando um contributo para a exposição.
A 30 de Junho de 1990 abria ao público a Casa Museu Fernando Namora, constituindo-se desde logo num dos pontos de interesse cultural do concelho de Condeixa-a-Nova e formulando um convite irrecusável a quem queira conhecer, com propriedade, o trajeto vivencial e a multifacetada personalidade artística desta figura destacada das letras e artes portuguesas.
A Casa Museu, para além de espaço de habitação que evoca as origens do escritor, exibe um espólio considerável que recobre manuscritos, apontamentos originais, provas tipográficas, livros publicados e anotados para futuras edições, uma biblioteca particular que ascende aos 4000 volumes e todo um conjunto de objetos pessoais (entre eles, medalhas, condecorações e prémios, que atestam o reconhecimento da sua obra).
Há ainda dois núcleos de pintura: um do próprio Fernando Namora (uma sua outra vocação, porventura menos conhecida) e um que engloba trabalhos de diversos autores nacionais e estrangeiros, testemunhos expressivos da sensibilidade e dos interesses de Namora, neste domínio.
Horário:
De Terça a Sábado - 10h00 às 18h00
Encerra ao domingo e à segunda, a 1 de janeiro, domingo de Páscoa, 1 de maio, 24 de julho e 24 e 25 de dezembro
Morada:
Largo Artur Barreto
3150-124 Condeixa-a-Nova
Preço:
Entrada gratuita
Contactos:
Telefone: 239 940 146 / 239 949 120
E-mail: casamfnamora@cm-condeixa.pt
Quaisquer outras informações poderão ser obtidas junto da Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova.
Do importante espólio da Casa Museu Fernando Namora podemos destacar o conjunto de manuscritos, apontamentos originais, provas tipográficas e livros publicados e anotados para futuras edições.
Este conjunto documental não se encontrava exposto ao público como forma de preservação da sua integridade física.
Em 2015 a Autarquia de Condeixa-a-Nova, entidade que tutela a Casa Museu Fernando Namora, apresentou uma candidatura à Fundação Calouste Gulbenkian com o projecto “Digitalização e conservação de manuscritos, textos datilografados e provas tipográficas anotadas da coleção Fernando Namora” no âmbito do concurso de Recuperação, Tratamento e Organização de Acervos Documentais.
Daqui resultou um co-financiamento da Fundação Calouste Gulbenkian que permitiu que este conjunto documental esteja conservado e digitalmente preservado evitando a deterioração, manuseio e desgaste dos originais bem como um acesso mais alargado através da disponibilização dos documentos em formato eletrónico com o intuito de facilitar a aproximação da cultura ao indivíduo e à sociedade. Os documentos originais estão expostos em estantes próprias salvaguardando a sua preservação.
Esta coleção encontra-se agora disponível abaixo:
Inaugurada em 2007, no edifício da antiga escola primária Conde de Ferreira, a Galeria Manuel Filipe presta homenagem ao destacado artista, nascido em Condeixa em 1908.
Nome maior da pintura neorrealista, mas cuja obra não deixou de perseguir, também, outros rumos estéticos, Manuel Filipe, contemporâneo – e conterrâneo – de Fernando Namora, mostrou-se um pintor exímio da condição humana, tendo conseguido, como bem sublinhou José-Augusto França, «no seu expressionismo amadorístico», transpor para a tela a miséria e a injustiça a que o homem estava condenado. Dessa vertente falará, com eloquência, a “Fase Negra” da sua pintura.
Em colaboração com o Museu Nacional de Arte Contemporânea e o Centro de Arte Moderna da Fundação Calouste Gulbenkian, a Galeria acolheu, precisamente, no início de 2015, uma importante exposição sobre a “Fase Negra (1943-1948)” de Manuel Filipe, integrando obras nunca expostas na região centro e que há mais de 40 anos não eram vistas pelos público em geral.
A obra de Manuel Filipe está representada em dezoito museus do país. Na Galeria, em exibição permanente, pode ser admirado um conjunto significativo da obra deste artista. O espaço recebe ainda, pontualmente, exposições temporárias.
ENTRADA GRATUITA
Horário:
DIAS ÚTEIS: DAS 09H00 ÀS 12H30 E DAS 14H ÀS 17H30
FINS-DE-SEMANA: DAS 10H ÀS 17H
Morada:
Rua Dr. Simão da Cunha
3150-140 Condeixa-a-Nova
Quaisquer outras informações poderão ser obtidas junto da Câmara Municipal de Condeixa-a-Nova.
Inaugurada em 2020 e aberta ao público em 2021, a Casa dos Arcos ou Casa das Colunas, como também é conhecida, foi adquirida pela Câmara Municipal de Condeixa para ser recuperada e reabilitada, com o apoio de fundos comunitários, e devolvida ao usufruto público.
Classificado como imóvel de interesse público desde 1974 presume-se que o edifício tenha sido construído no séc. XVI, apesar de exibir inscrição de 1652, possuindo originalmente o piso térreo mais avançado, com balcão assente sobre arcarias coberto por alpendre e suportado por colunas toscanas, características arquitetónicas que perduraram na memória coletiva e que foram inúmeras vezes retratadas em pinturas e gravuras.
Atualmente a Casa dos Arcos alberga o Posto de Turismo de Condeixa, possuindo ainda um espaço de mostra e venda de produtos locais e uma sala polivalente destinada a exposições e apresentações diversas.
Localizada na Rua da Condeixinha, uma das mais antigas ruas da vila, a Casa dos Arcos representa a casa da condeixalidade, um símbolo do sentimento identitário comum a todos os condeixenses.
Horário:
Terça-feira a domingo: 10h00-13h00 e 14h00-18h00
Encerra à segunda, a 1 de janeiro, domingo de Páscoa, 1 de maio, 24 de julho e 24 e 25 de dezembro
Morada:
Rua de Condeixinha nº39/41
3150-132 Condeixa-a-Nova
Contactos:
Telf.: 239 940 143
turismo@cm-condeixa.pt