A mais antiga manifestação religiosa de Condeixa, a Função dos Passos (vulgarmente designada como Festa dos Passos), ocorre no terceiro domingo da Quaresma e visa a representação da caminhada de Jesus até ao Calvário, em consonância com o relato bíblico. Esta função é precedida pela procissão das velas, que tem lugar na véspera, na qual o badalar do sino e a música triste e compassada de uma banda filarmónica criam o ambiente e a solenidade que este momento exige.
No dia seguinte, realiza-se então a procissão, que sai da capela do Palácio Sotto Mayor, na qual a Verónica canta o “Miserere Mei” em sete pontos de um percurso (passos), especialmente preparados para o efeito; segue-se-lhe o sermão do encontro, com as imagens do Senhor dos Passos e de Nossa Senhora da Soledade, procedendo de ruas diferentes, a convergirem no mesmo espaço. Por fim, e já na Igreja, perante a reunião de todos, é feito o sermão do Calvário.
Em Belide, a cerca de seis quilómetros de Condeixa-a-Nova, realiza-se nos primeiros dias de agosto, a romaria da Senhora da Saúde, a quem o povo pede auxílio nas horas de aflição. São muitos os romeiros que acorrem a esta localidade e, pela rua principal, espalham-se os feirantes com as suas tendas de quinquilharias e petiscos.
Tratando-se de uma festividade religiosa, a missa e a procissão são momentos altos para os fiéis. Na noite do dia 4 de agosto, a Procissão das Velas enche de luz as ruas da povoação e, na tarde do dia seguinte, dá-se a saída da imponente procissão com a imagem de Nossa Senhora da Saúde com o Menino Jesus ao colo. Noutros tempos, o seu andor reluzia a ouro e a notas cedidas pelo pagamento de promessas. Outro andor carismático, o do Menino Jesus, é tradicionalmente levado por crianças.
A festa rija continua à noite com o grupo de baile. O fogo de artifício encerra o longo dia 5 de agosto.
Na serra de Sicó, freguesia do Furadouro, uma capela guarda a imagem gótica da Virgem, a segurar o Menino e com a mão direita levantada em gesto de bênção. É por devoção a ela que aqui ocorrem os fiéis em duas romarias anuais: uma no segundo domingo após a Páscoa e a outra no dia de Ascensão.
O povo chama-lhe Senhora do Circo ou Senhora do Círculo, designação que se crê ter origem no muro circular de pedra que rodeia o santuário, construído em cima de uma ermida possivelmente datada do século XII ou XIV.
Noutros tempos mais recuados, terá existido uma pia batismal na dita capela. As mulheres grávidas prometiam à santa ali batizar os seus filhos para que a Virgem fosse sua protetora, rogando ainda por uma “boahora”. Por esta razão, a romaria depois da Pascoela era conhecida por Festa dos Meninos.
Lá do alto, avistam-se as paisagens cársicas do Vale das Buracas, os campos do Mondego, as serras do Buçaco e Caramulo. Em dias de sol, consegue avistar-se também a Serra da Estrela. O alcance da panorâmica chega à costa.
Num plano mais próximo, lá em baixo ao redor das aldeias, está o vale cultivado em leiras. Tradicionalmente a população do sopé da serra pede à santa que as colheitas sejam fartas e que a chuva seja suficiente.
As chaves da capela encontram-se na posse alternada de três aldeias: Furadouro, Casmilo e Vale de Janes.
O culto a Santa Cristina remonta ao tempo de D. Manuel I, quando este monarca ordenou a construção da igreja, em 1502. Conta a lenda que esta santa, nascida em tempos muito antigos no território que corresponde à atual Itália, foi amarrada a uma mó de moinho e deitada a afogar nas águas de um lago. Ora, sendo Condeixa à altura uma terra de moleiros, foi natural o afeiçoamento dos habitantes a esta história.
O dia 24 de julho, segundo o calendário litúrgico é dedicado a Santa Cristina, e motivo pelo qual também o concelho de Condeixa decretou o seu feriado municipal com a tradicional procissão a ter lugar à tarde.